Casa em harmonia é aquela que abriga gente feliz, e gente feliz é aquela que se satisfaz na conexão com suas próprias raízes, na leveza de entregar-se a vida sem ressalvas, indignação ou julgamentos. E é isso que buscamos através do Design da Alma, a decoração terapêutica desenvolvida exclusivamente em parceria entre mim, terapeuta Tatiana Moreno e o Studio Co.Crie.

Buscar fora o que precisa estar dentro não conduz à verdade, apenas a distração. Com o passar do tempo as coisas voltam a incomodar…

Saber se conectar e perceber o incomodo, a ansiedade, a vontade de mudar, é fazer dos sentimentos humanos uma companhia natural e sábia, que poderá te levar a lugares profundos e revitalizantes. E nossa casa tem o potencial de falar com a gente o tempo todo, ela é nossa aliada nessa jornada terapêutica.

Hoje trouxemos a história da Cinthia e do Márcio que se permitiram fazer isso,  e vamos compartilhar para que você entenda o potencial da conexão entre sua casa e você mesma.

Decoração Terapêutica, o inicio

Quando nos procuraram para realizar as mudanças desejadas no ambiente, uma das queixas era do sinal do wifi que não se conectava bem no ambiente que estava separado para o escritório, e também um dos quartos que segundo a fala da Cinthia “não representava nada” e poderia se tornar uma sala de tv.

Através do nosso método exclusivo, para investigar os significados e simbolismo individuais de pilares específicos da vida como; trabalho, autoconhecimento e espiritualidade, família, prosperidade, relacionamento, criatividade, saúde, etc., começamos a sessão de clareza sistêmica.

Nesta sessão, o objetivo é ouvir, sentir, entrar em contato com o campo sistêmico através das falas, expressões, gestos e comportamentos. Neste momento importante do sentir, foi possível perceber dinâmicas e emaranhamentos que nos direcionaram quem seria o envolvido principal para o foco do trabalho.

Colhemos percepções e falas que ressoaram de forma bem emblemática já de início, como: “este quarto não representa nada” – o que trouxe fortemente a sensação sistêmica de que algo estava excluído, sem representação alguma, conectado com a morte, apesar de se ter um espaço específico.

Outra frase presente na sessão foi esta: “Eu fico com o que sobra” – demonstrando não ter espaço emocional e representativo, liberdade em transitar em todos os espaços que também lhe pertencem como parte do casal.

Falas como estas já nos trouxeram informações importantes das infrações e desordem nas Leis Sistêmicas; Pertencimento, Ordem e por consequência o Equilíbrio.

A constelação familiar dentro da Decoração terapêutica

Chegou o momento da Constelação, e a partir do método autoral, desenhou-se a planta trazendo primeiramente os ambientes e depois os bonecos representantes para ocuparem os espaços sentidos e direcionados pela Cinthia, e assim começaram os movimentos. Em linhas gerais, para não expor particularidades, o que realizamos foi um reposicionamento, trazendo quem estava fora (excluído) ao seu lugar de pertencimento, e o que estava em desordem, para o seu lugar de ordem. A reintegração e reconfiguração trouxe alívio imediato e uma sensação de que as coisas estavam em seu devido lugar, internamente, liberando as emoções e a vida para o novo.

Movimento é vida, e quando trabalhamos com o movimento da alma, algumas coisas tendem a acontecer, por isso no Design da Alma, esperamos 15 dias depois da constelação para iniciar o projeto para que os movimentos comecem a reverberar na criatividade, inspiração e consequentemente em novas ideias para o projeto.

No caso da leitura do campo familiar da Cinthia, além de questões direcionadas ao relacionamento com a mãe, havia uma identificação presente com um aborto da mãe, uma filha que não teve a oportunidade de ter seu lugar, e justamente o ambiente que não “representava nada”, era a denúncia para a necessidade desta inclusão.

Geralmente, quando se tem uma exclusão no campo, sempre peço como símbolo da inclusão, a escolha de um objeto ou planta em honra e memória daqueles que estavam excluídos, e agora fazem parte. Aqui não foi diferente, deixando em aberto para o campo do sentir, que no tempo de construção e execução do projeto certamente a inspiração do que colocar viria.

A nossa casa acompanha a evolução e o crescimento da vida, vida é movimento, crescimento, mudança, e nada ilustra melhor este momento de trazer um novo designer através de um movimento interno e profundo.

O Projeto de interiores depois da constelação familiar

Os movimentos vieram e foram naturalmente se ajustando ao projeto de interiores. Para o espaço que estava dedicado ao escritório, a mudança foi 360º. Abriu-se um novo olhar para novas possibilidades e a inclusão de um espaço único, criativo e exclusivo para o Márcio, foi absolutamente fantástico. Professor de Educação Física, atleta e personal, ele ama bike, e a ideia deste espaço pela Cinthia foi a consagração de que ele não apenas pode ter acesso a todo o espaço da casa, como também ter algo exclusivo, que trouxe valorização, reconhecimento, motivação e realização.

O quarto que não “representava nada”, ligado ao vazio e a morte, se tornou o lugar do escritório, mas também um lugar de inclusão e reintegração do relacionamento filha (aborto) e filha e mãe, e o objeto escolhido trouxe um ar orgânico, de vida, gestação, um objeto lindíssimo para representar esta reintegração, união e amor envolvidos.

Assim com a alma tranquila e a consciência mais elevada, as decisões estéticas estavam muito mais alinhadas com a realidade da família. E assim como o interno reverbera no externo, o nosso externo também influencia em nosso interno. Por isso escolhemos cores, texturas, criamos movimentos e espaços pensados exclusivamente às necessidades do casal.

Assim, com este desdobramento de uma história lindíssima, pode-se começar a escrever um novo capítulo na vida deste casal, que segue mais maduro, mais livre de emaranhados e com a certeza da leveza que acompanhará o desfrute dessa mudança no design de sua casa.

Casa bonita é aquela que abriga gente feliz, feliz não porque encontrou o sentido da vida, mas porque percebeu que a vida em si é o sentido.

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